A Guerra do Oriente Médio no Brasil

Entre as diversas consequências da guerra ora em curso no Brasil, uma é particularmente perversa. Trata-se da iniciativa de um auto-denominado “Instituto Brasil pela Liberdade”, que se apresenta com um dístico de natureza darwinista biologizante, violento e racista, de elogio ao uso da violência tomado de Olavo de Carvalho. Tal “Instituto”, que se quer “brasileiro” e “pela Liberdade”, se dispôs a listar nomes de professores e pesquisadores que supostamente apóiem o “terrorismo”, ou seja, façam qualquer crítica ao Estado de Israel e defenda a criação de um Estado Livre da Palestina. É uma notável evidência da comunhão de ideias do bolsofascismo com os setores racistas e fascistas do atual Governo Netaniahu, como os ministros Ben-Gvir , da Segurança Pública, e Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, que negam a existência de “um Povo Palestino”, abrindo caminho para a colonização massiva da Cisjordânia por colonos judeus e a transformação cada vez mais cruel de Gaza em um gueto. Devemos nos manter atentos e denunciar a coligação bolsofascista e o fundamentalismo judaico. Trata-se, como já explicou Michel Gherman, de um Israel “imaginário” criado pelo pentecostalismo norte-americano exportado desde os anos de 1950 para o Brasil através de missionários evangelistas americanos (conforme o pesquisador Fábio Py) e assumido por Igrejas brasileiras e ainda por organizações narcotraficantes do Rio de Janeiro. Ao final, todos estes defendem a ocupação de toda a Cisjordânia, como o Israel bíblico, e a destruição das Mesquitas do Monte, o “Domo da Rocha” e Al-Aksa, para a reconstrução em seu lugar do Templo de Salomão. Somente com a restauração do Templo seria possível o “Segundo Advento” , o retorno do Cristo ao Mundo. Essa aliança que espera e anseia pelo “Juízo Final”, pela morte e julgamento da Humanidade, que municia religiosamente os fundamentalistas pentecostais cristãos e o fundamentalismo judeu. É essa “Teologia do Fim dos Tempos” que une os fascismos do Brasil e de Israel, e explica a aliança oportunista Bolsonaro-Netaniahu. Nós brasileiros já conhecemos as consequências da redação de “listas” de suspeitos, inconformistas ou “subversivos”. A feitura de tais listas é um traço marcante das ditaduras, bem ao contrário da “Liberdade” desvirtuada pela novilíngua fascista em plena expansão hoje em todo mundo.

A guerra do Oriente Médio no Brasil

“Trata-se de um auto-denominado “Instituto Brasil pela Liberdade”, que se apresenta com um dístico de natureza darwinista biologizante, violento e racista”

Brasil 247 👉 A guerra do Oriente Médio no Brasil – Francisco Carlos Teixeira Da Silva – Brasil 247

Entre as diversas consequências da guerra ora em curso no Brasil, uma é particularmente perversa. Trata-se da iniciativa de um auto-denominado “Instituto Brasil pela Liberdade”, que se apresenta com um dístico de natureza darwinista biologizante, violento e racista, de elogio ao uso da violência tomado de Olavo de Carvalho.

Tal “Instituto”, que se quer “brasileiro” e “pela Liberdade”, se dispôs a listar nomes de professores e pesquisadores que supostamente apóiem o “terrorismo”, ou seja, façam qualquer crítica ao Estado de Israel e defenda a criação de um Estado Livre da Palestina.

É uma notável evidência da comunhão de ideias do bolsofascismo com os setores racistas e fascistas do atual Governo Netaniahu, como os ministros Ben-Gvir , da Segurança Pública, e Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, que negam a existência de “um Povo Palestino”, abrindo caminho para a colonização massiva da Cisjordânia por colonos judeus e a transformação cada vez mais cruel de Gaza em um gueto.

Devemos nos manter atentos e denunciar a coligação bolsofascista e o fundamentalismo judaico. Trata-se, como já explicou Michel Gherman, de um Israel “imaginário” criado pelo pentecostalismo norte-americano exportado desde os anos de 1950 para o Brasil através de missionários evangelistas americanos ( conforme o pesquisador Fábio Py) e assumido por Igrejas brasileiras e ainda por organizações narcotraficantes do Rio de Janeiro.

Ao final, todos estes defendem a ocupação de toda a Cisjordânia, como o Israel bíblico, e a destruição das Mesquitas do Monte, o “Domo da Rocha” e Al-Aksa, para a reconstrução em seu lugar do Templo de Salomão. Somente com a restauração do Templo seria possível o “Segundo Advento”, o retorno do Cristo ao Mundo. Essa aliança que espera e anseia pelo “Juízo Final”, pela morte e julgamento da Humanidade, que municia religiosamente os fundamentalistas pentecostais cristãos e o fundamentalismo judeu.

É essa “Teologia do Fim dos Tempos” que une os fascismos do Brasil e de Israel, e explica a aliança oportunista Bolsonaro-Netaniahu. Nós, brasileiros, já conhecemos as consequências da redação de “listas” de suspeitos, inconformistas ou “subversivos”.

A feitura de tais listas é um traço marcante das ditaduras, bem ao contrário da “Liberdade” desvirtuada pela novilíngua fascista em plena expansão hoje em todo mundo.

Uma distopia do tipo “Quem tem medo de Lúcia Macartney?”

De repente uma população quatro vezes maior que toda a população do Flamengo, Botafogo, Copacabana, Ipanema e Leblon é ultimada a abandonar suas moradias em 24 horas. Devem fazer uma marcha no deserto de 30 km, sem água, alimentos, apoio médio ou sanitária. E sob fogo da aviação e mísseis.Tudo isso para a polícia “combater” o narcotráfico. Uma distopia do tipo “Quem tem medo de Lúcia Macartney?” Não, Gaza hoje!