Guerra na Fonteira: a quem serve?
Professor Titular de História Moderna e Contemporânea/UFRJ
Professor de Teoria Social/UFJF
Professor Emérito da Escola de Comando e Estado-Maior/Eceme, do Exército  do Brasil

Acho que está sendo feita uma “estranha aliança” na Questão do Essequibo. De um lado, Maduro agitando a honra e a glória “nacional” para desviar a atenção das questões mais essenciais do quotidiano. Do mesmo lado, e não “de outro lado”, está a Direitona bolsonarista , que adoraria levar os militares brasileiros, em baixa, para um papel de destaque na cena política, voltando a ser um ator decisivo, quiçá com um Estado de Emergência, mais compras militares e controle territorial. Maduro sabe que a Guiana possui um tratado de defesa com o Reino Unido e abriga uma base – já existente, diferente do que a mídia notícia – em cooperação com a Primeira Brigada de Assistência e Segurança/ SFAB, do Comando Sul do Exército americano. Além das bases de Aruba e do Panamá, na distância de vôo da USAF. Assim, vamos baixar o tom e um conflito diplomático de mais de cem anos não explodirá agora, num período eleitoral. Trata-se claramente de um caso do “rabo que abana o cachorro”: campanha eleitoral gerando tensão mobilizadora de paixões.